terça-feira, 12 de maio de 2009

SONETO 12 - José Chagas

Minha mãe não sabia que seu filho
iria ser só isso que hoje é,
nem sabe agora que por onde trilho
piso mais chão de mágoas que de fé,
e esse pó de incertezas que palmilho
obriga-me a voltar na vida até
onde, fechado em solidão, me humilho,
a acompanhar um sonho em marcha à ré,
lembrando o tempo em que eu plantava milho,
a abrir o chão da vida com o meu pé,
e mamãe repetindo em estribilho,
toda manhã, na hora do café,
meu nome tão de santo, mas sem brilho,
hoje muito mais chagas que José.

(Do livro Colégio do vento)
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Um comentário:

Max Costa disse...

Salve, nobilíssimo confrade!
Se tal beleza estética,
Não primasse como prima,
Em graça justa de leveza,
Seria um que desembesta,
No pálio ermo da tristeza!
(frag. de um poema meu, intitulado: "SUTILEZAS"
Peordoem-me, não lhe ter ofericido uma resposta mais original, porém, por hora, foi o que ocorreu a este leigo admirador seu!
Um abraço.
Deste seu Confrade: Max Costa