José Chagas
Os teus olhos azuis não eram mais
do que os olhos azuis de uma mulher.
No entanto, eu nunca vi olhos iguais,
nem esse azul era um azul qualquer.
Não sei se, sendo azuis, eram fatais
como os abismos, e nem sei sequer
como os teus olhos, sendo dois cristais,
podiam ser dois olhos de mulher.
Só sei que esses teus olhos são ainda
uma lembrança azul que não se finda,
como a distância em forma de um adeus.
E o mais que eu sei é não lembrar-me agora
de quantas vezes me perdi na aurora
desse infinito azul dos olhos teus.
(Poema inédito)
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Um comentário:
Que coisa maravilhosa!! Parabéns.
Visitei seu blog e li várias poesias suas.
Nelas, você mostra toda tua sensibilidade...e a verdadeira alma do poeta.
Leni Mota
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