JOSÉ
CHAGAS
foto de Deusana Chagas
São Luís, no aniversário,
não sabe se canta ou
chora;
no seu quarto
centenário,
mal ou bem canta e
aflora.
Chora a morte do poeta
que a encheu de poesia,
e com ela se completa
sempre que aniversaria.
O poeta não morreu,
no aniversário da Ilha,
o que ele deixou de seu
ainda faz com que ela
brilha.
Cercada de sonhos,
lendas,
como uma ilha de ouro,
sempre enfrentou as
contendas.
dos que buscavam
tesouro.
Perdeu sua identidade
com outros nomes que
dão
e tanta gente que a invade
quer se permita quer
não.
Por não saber a raiz
de sua origem arcaica
deixa de ser São Luís
para ser uma Jamaica.
Com já 400 anos,
é que a cidade assim é,
sofrendo perdas e danos
mas ainda está de pé.
São Luís ainda brilha
como o fez antigamente.
Em nosso mar, é uma
ilha,
na cultura, é um
continente.
Quatro séculos apenas
para incutir na
história
uma simbólica Atenas
e uma França
Provisória.
Ela não foi descoberta
por nenhum povo europeu.
A ilha é uma bela oferta
que a natureza nos deu.
Sei que ela não se envergonha,
mas talvez se sinta
mal,
se por acaso ainda
sonha
com França Equinocial.
Ela se fez patrimônio
da humanidade cansada,
nas mãos de um povo inidôneo,
que da terra não quer
nada.
Todos amam São Luís,
só da boca para fora,
e o que só a boca diz
a alma não comemora.
Cidade que se fez minha,
como também me fiz dela,
por seu porte de rainha,
por ser cultural e bela.
Cantarei a vida inteira,
mas com alma e coração
esta terra sobranceira,
toda glorificação.
fonte: Jornal O estado do Maranhão edição especial
foto:Deusana Chagas